No discurso de posse, ocorrido na última segunda-feira, lembrei que uma escola é uma fábrica de sonhos, que devem ser interpretados por aqueles que a freqüentam e a seguem. Em mais de um sentido, os sonhos pensados no espaço acadêmico, por vezes, encontram óbices poderosos e, muitas vezes, propostas generosas acabam distorcidas pelos tropeços da realidade prática

A ESG foi criada para dar curso a sonhos compatíveis com a grandeza do Brasil e com a originalidade espiritual do nosso povo. Nossa cultura reconhece a presença imanente da divindade, mesmo quando não se comungue dos mesmos dogmas de fé, sem desconhecer a possibilidade de o homem construir seu próprio destino, o que lhe dá sempre a possibilidade moral de decidir. Isto se revela na crença da superioridade do indivíduo sobre o grupo, da liberdade, da igualdade e da fraternidade.

A ADESG é o prolongamento civil da ESG e se destina a atuar no amplo espaço cultural da Nação, levando a muitos o pensamento ali desenvolvido, que são sinais de esperança na criação de condições sociais de liberdade, justiça e paz.

O domínio dessa esfera comportamental, individual e principalmente social, depende de valores e princípios, dos fundamentos axiológicos que embasam a vida cultural dos povos. Não é possível uma forma civilizada de vida sem estes valores, os quais a Doutrina da ESG, concebida com tanta lucidez, declara afiançados pelo princípio fundamental do Bem Comum, que não é apenas o bem-estar geral da comunidade, mas o Bem no sentido mais profundo, o Bem raiz de todo bem que, como concebeu Aristóteles, faz o homem bom, o que para os gregos, significava a pura felicidade.

A ESG é uma escola de cidadania e soberania, é uma experiência acadêmica pioneira e por enquanto única, na qual se combina o saber com a força moral. A diretoria da ADESG que ora toma posse não perderá isto de vista, porque entende que os aspectos éticos subjazem necessariamente a toda construção que se possa fazer nos âmbitos da administração e da política.

A nossa proposta é de fato prestarmos o serviço de difusão do conhecimento, por todo o País, conhecimento consagrado em nosso ambiente originário – a Escola Superior de Guerra – e não esqueceremos o dever de apresentar os valores e princípios que sempre estiveram solidários com a explanação acadêmica das questões discutidas e geradas nas mais fecundas experiências da elite intelectual de civis e militares brasileiros.

A ADESG deve acompanhar as transformações por que passa a ESG, profundas e complexas, e colaborar com a ESG naquilo que estiver ao seu alcance. Se lhe for permitido, criará um escritório no ambiente da Escola, de modo a tornar efetivamente presente a representação dos ex-alunos e irá também propor a criação de uma representação acadêmica dos estagiários, numa nova composição de experiências, que poderá enriquecer ainda mais o ativo cultural de nossas instituições.

No Brasil, precisamos aprimorar as bases do sonho nacional, de forma que o entusiasmo por conhecimento e saber não comprometa outras conquistas no campo espiritual e moral, que estruturam e fidelizam os comportamentos. Albert Einstein afirmou que o esforço para unir a sabedoria e o poder raramente deu certo e somente por muito pouco tempo. O nosso avanço no domínio da inteligência é evidente e motivo de orgulho para o País, mas suprimiu o espaço para os elementos do saber e do sentimento que permitem o necessário controle de nossos inst s. Isto tem sido a causa de desvios por parte de figuras que poderiam ter passado à História como exemplo e heróis da Pátria, mas serão apenas lembrados pelos escândalos que nos envergonham.

Portanto, Senhores(as) Adesguianos, a produção e difusão do saber é o nosso objetivo, mas estaremos sempre balizados pelos valores e princípios, que embasam a vida cultural do nosso povo.

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Saudações Adesguianas

Gen Bda UMBERTO RAMOS DE ANDRADE

Presidente

Fonte: Gen Bda UMBERTO RAMOS DE ANDRADE